Como em prato de brasileiro não pode faltar o feijão, os imigrantes o adotaram com gosto.
Quem deixou resgatada a memória da feijoada típica da região foi Aloísio Raimundo Schneider, no Correio do Povo, de 25-5-1969. Essa feijoada era preparada e servida a bordo dos vapores da Companhia Arnt ou da Aliança. Havia quem viajasse a Porto Alegre só para saborear o prato feito com o “Feijão Taquari”. O segredo da receita foi descoberto e divulgado pelo jornalista:
Ferve-se uma porção de feijão preto ou mourinho com bastante água. Temperos habituais: sal, pimenta vermelha, cebolinha, alho, e manjerona. Quando estiver meio macio, acrescentam-se umas costelas defumadas de porco e rodelas de lingüiça nova. Corta-se salsa em duas porções: uma se põe logo e outra, quase no fim.
Com o feijão já macio, põe-se em outra panela grande bastante cebola cortada. Deixa-se dourar em azeite ou banha. Quando estiver bem dourada, ajunta-se o feijão com bastante calda. E aqui há um segredo: quando o feijão estiver cozinhando e a calda for pouca, junta-se água fria e nunca quente, um copo de cada vez. Quando estiver fervendo, amasse com um garfo ou socador mais ou menos a quarta parte do feijão, a fim de conseguir uma calda mais encorpada. Nesse ponto, adicionam-se umas duas colheres de gordura (banha ou azeite).
Bem quente o feijão, ajunta-se farinha de mandioca (não muito fina). Aos poucos e mexendo sempre para não encaroçar. Nem junte farinha demais para não ficar excessivamente encorpado. Nessa fase acrescenta-se a segunda porção de salsa cortada. Deixa-se ferver por poucos instantes em fogo baixo, até formar bolhas. Mexendo sempre. Cuidado para não queimar, senão perdeu toda a poesia... e o feijão.
Foto: Vapor no Porto de Lajeado
Foto: Vapor no Porto de Lajeado
Texto: Estrela Ontem e Hoje - José Alfredo Schierholt.
Blog interessante!
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